sexta-feira, 29 de abril de 2011

Peça Teatral: O Bom Tesouro

O Bom Tesouro

Personagens
*Marilu
*Roberval
*Susie
*Morgana
*Cristã
*Dono do Bar
*Segurança 1
*Segurança 2
*Cristão 1
*Cristão 2
Narração

O homem de hoje em dia está tão mergulhado no seu próprio eu, a tantas coisas o homem tem dado valor nesta vida que esquece de dar valor àquele que lhe deu a própria vida, só por amor. E na maioria das vezes é preciso que ele passe por uma situação que lhe provoque uma mudança de 180º graus, para que entenda que a cobiça pela luxúria, fama ou por qualquer outro motivo que encha seu coração de orgulho e pobreza, pobreza em todos os sentidos. Não espere que aconteça algo em sua vida para dizer a Deus que ele é importante para você. Pois o Criador está de braços abertos para te receber e só depende de você para a concretização desse encontro e a descoberta do Bom Tesouro: Jesus.

CENA 1

Cenário: Sala de visitas

Marilu: Meu bem, caviar brasileiro? Você acha que isso presta?

Roberval: Eu acho que...

Marilu: Você não acha nada. Não... vou querer o importado.

Roberval: Mas... meu bem.

Marilu: Nada de me contrariar, heim.

Roberval: Está bem meu docinho de coco, mas...

Marilu: Docinho de coco!? Que horrível... para Roberval.

Roberval: Meu amor, você sempre foi tão romântica.

Marilu: Sai daqui Roberval... que grude.

Roberval: Isso é amor.

Marilu: Tá, tá, Roberval.

Roberval: Meu docinho de...

Marilu: Roberval, da próxima vez que você me chamar assim eu...

Roberval: Desculpe florzinha, mas, ouça-me.

Marilu: Fale. O que quer?

Roberval: Bem é que venho fazendo um levantamento dos nossos bens e...

Marilu: Hum...

Roberval: Parece que...

Marilu: Fale logo, seu pamonha.

Roberval: Calma minha filha.

Marilu: Ahhh...

Roberval: É que estamos falidos.

Marilu: Falidos!? Ai! Acho que estou morrendo.

Roberval: Não faça isso minha jóia.

Marilu: Minha jóia!? Minhas jóias, eu preciso ver isso de perto... imagina se um retardado como você, vai saber fazer contas. Traga todas as contas aqui.

Roberval: Meu amor, mas eu já conferir tudo.

Marilu: Agora!

Roberval: Está bem eu já vou.

Marilu: Eu acabo com esse palerma.

(batem na porta)

Marilu: Onde estão os empregados? Eu abro a porta mas desconto do salário de todos eles.

Cristã: Bom dia!

Marilu: Péssimo dia! O que é?

Roberval: Aqui minha flor.

Cristã: Senhora eu queria lhe falar sobre...

Marilu: Moça, depois você me liga, manda um e-mail, mas agora não dá!

Cristã: Só irei levar alguns minutinhos, senhora.

Marilu: Bye, bye querida (bate a porta). Esses crentes... sim, vamos lá... a propósito onde estão os serviçais?

Roberval: Foram embora.

Marilu: Foram embora!? Que ousadia, por que eles fizeram isso?

Roberval: Estavam com o salário atrasado.

Marilu: Ah! Por isso eles vão embora. Quantos meses?

Roberval: Cinco meses.

Marilu: Só cinco!? Esse povo reclama de barriga cheia. Deixa eu ver como você me levou a bancarrota.

Roberval: Eu não tive culpa, há tempo que os negócios não vão bem.

Marilu: (olhando as contas) Machado Alcântara Saião, pobre? Jamais! Vamos fazer alguma coisa.

Roberval: Fazer o que?

Marilu: (pensa um pouco) Um empréstimo. Vamos tomar um empréstimo.

Roberval: Mas, é que...

Marilu: Ás vezes você fala demais Roberval... cala a boca e vamos no banco.

Roberval: É...

CENA 2

Cenário: Banco

Marilu e Susie: Ah! (se cumprimentam)

Susie: Vamos... sentem-se.

Marilu: Olá, Susie. Tudo bom?

Susie: Tudo bom querida. Dr. Roberval, como vai?

Roberval: Vou bem.

Marilu: Quanto tempo um!?

Susie: Realmente, faz o que... uns dois anos que agente não se vê.

Marilu: É, e como vai o maridão?

Susie: Você não soube?

Marilu: O que?

Susie: Ele morreu .

Marilu: O Almeidinha, mas ele era tão jovem.

Susie: Jovem o que Marilu? Uma pessoa com 56 anos, problema de coração, diabetes e outras doenças que não deu tempo dos médicos identificarem. Já estava na hora dele partir.

Marilu: Eu sinto muito.

Susie: Não sinta não.

Roberval: Não? Por que?

Susie: Por que só assim eu fiquei com a fortuna daquele velho ranzinza e chato.

Marilu: Sempre esperta

Susie: Sim, mas o que os trouxeram aqui?

Marilu: Na verdade Susie, o assunto que me trouxe aqui é um pouco delicado.

Susie: Tudo bem, dependendo de mim pode contar comigo.

Roberval: Nós sabemos.

Marilu: Bem, resumindo tudo, a anta do meu marido nos colocou na pior e precisamos de um empréstimo.

Roberval: Não foi bem assim...

Marilu: Fique calado Roberval. E aí Susie?

Susie: Seria um prazer ajudar, mas...

Marilu: Precisamos de uma boa quantia, quanto podemos retirar?

Susie: Bom, Marilu. O Dr. Roberval tem um saldo negativo com o nosso banco e é um valor bem alto.

Marilu: Ah! Então eu vou em outro banco em que eu também confie.

Susie: Na verdade não é só aqui no banco, não, mas vocês estão sem crédito em todas as financeiras. Não tenho como ajudá-los.

Roberval: Foi tudo pelo bem da empresa, acredite.

Marilu: Mas, Susie, como é que pode isso?

Susie: Isso só seu marido pode lhe responder.

Marilu: Susie, por tudo que eu já fiz por você.

Susie: Marilu isso não é pessoal, é profissional.

Marilu: Profissional? Você é uma ingrata, espero que seja demitida.

Susie: Seguranças, por favor tirem-na daqui.

Roberval: Não precisa de seguranças, nós conhecemos o caminho.

Marilu: (esperneando) Depois de anos puxando o nosso saco agora nós colocam para fora. (sendo levada)

(Ao sair do banco Marilu recebe um folheto de um evangelista e o amassa sem ao menos ler) Marilu: Se eu fosse um mulher violenta, dava uns bons tapas na Susie.

Roberval: Mas meu amor ela não era sua amiga desde a infância.

Marilu: Amiga o quê... eu tinha que aturar aquela perua, porque ela era casada com um amigo do meu pai.

Roberval: Ah! Entendi benzinho.

Marilu: O que!? Não fale comigo, não me toque, nem olhe pra mim, estou com raiva de você, tá!?

Roberval: Tá!

Marilu: Seu banana, olha uma cartomante! Vamos ver o nosso futuro.

Roberval: Mãezinha...

Marilu: O que é?

Roberval: É que eu não acredito nisso de adivinhação.

Marilu: Problema seu, vamos logo.

CENA 3

Cenário: Tenda da cartomante

Marilu: Bom dia!

Morgana: Bom dia! Eu sou Morgana, o que desejam?

Marilu: Nos viemos aqui porque...

Morgana: Já sei desejam saber do futuro.

Roberval: Ótimo. Você consegue não é?

Morgana: Está duvidando do meu poder?

Marilu: Jamais é que isso aqui (apontando para Roberval) fala muita besteira. Vê se não atrapalha.

Morgana: Então vão querer meus serviços.

Marilu: Vamos sim pode começar.

Morgana: Tudo bem, mas o pagamento é adiantado.

Roberval: Ha! Ha! Ha!

Marilu: Mas não temos dinheiro, estamos falidos.

Morgana: Logo eu vi... sua áurea está preta.

Roberval: Ah! Claro.

Morgana: Mas infelizmente... (aponta para a saída)

Marilu: O relógio do Roberval, é de ouro pode ficar com ele.

Roberval: Mas... meu relógio!?

Marilu: Cale a boca e fique quieto. Pode começar agora.

Morgana: Irei consultar a bola de cristal. Concentrem-se... preciso de energia positiva... hum... estou vendo....

Roberval: Está vendo o que?

Marilu: (cutucando Roberval) Fique quieto.

Morgana: Silêncio... eu vejo... eu vejo...

Marilu: Eu acho que também estou vendo

Roberval: Por quê que só eu não vejo nada?

Morgana: Perdi a concentração.

Marilu: Tudo bem tenta de novo.

Morgana: Ai terá que pagar outra consulta.

Marilu: Está bem eu pago.

Roberval: Marilu, chega. Você não vê que essa mulher é uma farsante. Vamos sair daqui. (puxando a mulher para fora)

(Passam em frente a um igreja evangélica, um obreiro os convida para entrarem mas eles recusam) Marilu: E agora Roberval? O que será de nós, dos nosso filhos?

Roberval: Marilu, não temos filhos.

Marilu: Eu aqui preocupada com o nosso futuro e você aí se prendendo a esses detalhes. Você deveria está em excursão pelo Afeganistão, passando uns dias em Cabul ou Kandahar.

Roberval: Por você eu ia minha flor.

Marilu: Ia? Com uma bandeira dos EUA enrolada em você, não é?

Roberval: Mas aí eles iriam me matar.

Marilu: Mentira!?

CENA 4

Cenário: Bar

Marilu: A nossa vida esta acabada sem dinheiro, nada de amigos, festas, não seremos ninguém.

Roberval: A culpa é minha, eu me detesto, sou um perdedor.

Marilu: Ainda bem que você sabe.

Dono do Bar: Vão querer alguma coisa.

Marilu: Não... ah, vocês tem Winsk 12 anos?

Dono do Bar: Winsk? 12 anos? Você pensa que está aonde?

Marilu: No fim do poço.

Roberval: Eu não sabia que aqui era o fim do poço.

Marilu: A essa altura dos fatos eu nem vou mandar você calar a boca.

Dono do Bar: Tem pinga, querem?

Cristã: Boa tarde, é que eu estava passando ali e vi que era a senhora que estava aqui e vir falar com você.

Marilu: Eu te conheço? Seu rosto não me é estranho.

Cristã: Eu sou a moça que fui na sua casa hoje pela manhã.

Marilu: Ah! Aquela moça que eu bati a porta na sua cara.

Cristã: É, sou eu mesmo.

Marilu: Não ficou zangada comigo, ficou?

Cristã: Não, apenas gostaria de lhe falar o que não pude lhe falar pela manhã.

Marilu: Pode falar.

Cristã: O que eu quero dizer a vocês é simples, existe alguém que conhece os teus problemas, está em todo tempo com vocês e jamais, em tempo algum irá lhes abandonar. É o Deus que te deu a vida pra vocês e que hoje está de braços abertos para o receber, sem cobrar nada em troca, muito pelo contrário, deseja lhes abençoar com vida, saúde, prosperidade e outras coisas mais.

Marilu: Tai, eu quero conhecer esse Deus de que vocês tanto falam.

Roberval: E o que precisamos fazer para conhecê-lo?

Cristã: Basta somente crê em seus corações e recebê-lo.

Marilu e Roberval: Nós queremos recebê-lo.

Roberval: É, e fortalecidos nele vamos recomeçar.

Marilu: Eu te amo, meu docinho de coco.

Dono do Bar: Vão querer alguma coisa?

Marilu, Roberval e Cristã: NÃO!!!